Bellevue

João Pedro Pais - Bellevue
"leve, levemente como quem chama por mim"
Fundido na bruma no nevoeiro sem fim
Uma ideia brilhante cintila no escuro
Um odor a tensão do medo puro
Salto o muro, cuidado com o chão
Vejo onde ponho o pé, iço-me a mão
Encosto ao vidro um anel de brilhantes
É de fancaria a fingir diamantes
Salto a janela com muita atenção
Ponho-me á escuta, bate-me o coração
Sabem que escondo na Bellevue
Ninguém comparece ao meu rende-vous
Porta atrás porta pelo corredor
O foco de luz no ultimo estertor
No espelho um esgar, um sorriso cruel
Atrás da ultima porta a cama de dossel
Salto para cima experimento o colchão
Onde era sangue é só solidão
As minhas maiguinhas lá no jardim
E agora mais ninguém confia em mim
Era só para brincar ao cinema negro
Os corpos no lago eram de gente no desemprego

Comentários

Mensagens populares deste blogue

Mês de Setembro

João Pedro Pais lança "A Nossa Hora"

João Pedro Pais Celebra 25 Anos Nos Coliseus