Foto-Reportagem Famalicão [6/05]

A noite do dia 6 Maio foi perfeita, foi uma noite de grandes emoções,  as expectativas eram enormes, estavamos ansiosos e curiosos para conhecer o “Improviso”, podemos dizer que superou largamente as nossas expectativas, ficamos (e todo o público que estava presente no grande auditório da Casa das Artes) mesmo rendidos ao João e à sua banda assim como ao “Improviso”, queremos voltar a este “Improviso” muito em breve.
Bom, as portas do grande auditório da Casa das Artes, onde iria ser o concerto, só abririam as 21h30’, no compasso de espera os membros principais do Clube de Fãs e os seus acompanhantes (Ana, Márcio e Ricardo, faltou a Sílvia mas ela vive na zona de Lisboa e não pôde ir por ser muito longe, foi pena, sentimos a falta dela. Ainda se juntaram a nós a Liliana França e o marido Alípio Ramos, que também são fãs do João Pedro e membros do Clube de Fãs e que também fazem estrada connosco e com o resto do pessoal), voltaram a reencontrar-se, 2 anos após o primeiro encontro no Coliseu do Porto aquando do espectáculo do João Pedro nesta sala. 

A ansiedade era muita, as expectativas também, partilhamos emoções, momentos, opiniões, um pouco de tudo. Enquanto esperávamos tivemos oportunidade de ver chegar os 5 anfitirões da noite: o João Pedro e a sua banda.
Quanto ao espectáculo, foi brutal, indescrítivel, inesquecível, fenomenal e memorável, melhor era mesmo impossível, o grande auditório da Casa das Artes esgotou-se de fãs das mais variadas gerações (como vem a ser hábito, sempre!) para receber o primeiro concerto do João Pedro nesta sala assim como o “Improviso”. O auditório era grande, o palco era majestoso para estrelas tão cintilantes como o João Pedro e a sua banda. Deixaram a alma e a pele no palco, deram mesmo o tudo por tudo, como o João costuma dizer, eles são os maiores, não é só o João mas a banda toda.
[O Palco. E que palco...]
 
[O público a chegar]
O espectáculo teve inicio pelas 22h, o João Pedro surgiu em palco, sozinho com a sua guitarra acústica e presenteou-nos com “O Dia Mais Longo”, a primeira música da noite que abriu o “Improviso”, o público entusiasmou-se desde logo e fez-se ouvir, do principio ao fim do espectáculo as palmas foram constantes, não pararam. Seguiu-se “A Palma e a Mão”, o hino da mais recente digressão do João Pedro, uma canção envolvente e forte que ficou perfeita neste “Improviso”, que lhe deu uma intensidade ainda mais intimista, finalmente, com todo o público de mãos no ar. Com a simplicidade que tanto o caracteriza, o João dirigiu-se pela primeira vez ao público: “Boa Noite a todos, sejam bem-vindos. Obrigada por estarem aqui.”
Seguiram-se mais canções e grandes sucessos, como “Mais que uma vez” onde o João se voltou a dirigir ao público (foi uma constante durante o espectáculo todo, é uma das suas grandes características, a forma notável como interage com o seu público): “É a primeira vez que tocamos aqui na Casa das Artes e neste novo conceito de espectáculo, a que chamamos de “Improviso”, trazemos as canções com novas roupagens, em versões mais intimistas, esperamos que gostem e que haja muitas mais noites como esta, daqui para a frente. Divirtam-se connosco. Muito Obrigada!”. A seguir tocou “Um Resto de Tudo”, o João esteve sempre muito animado durante o concerto todo, muito bem-disposto, muito comunicativo com o público, contando histórias, peripécias e curiosidades sobre as suas canções, partidas que prega aos seus músicos durante as viagens e incentivando sempre o público a participar no espectáculo. Terminando a música com uma frase sentida, sincera e dita de coração: “Eu sou um resto de todos vocês”. Mas antes de interpretar este tema, decidiu contar-nos uma pequena história: “Quando comecei a escrever este tema, comecei pelo refrão, queria conjugar as frases com o resto da letra mas faltavam-me ideias. As pessoas diziam-me para ir escrevendo o que fosse surgindo mas eu não lhes dava ouvidos”, foi a gargalhada geral no auditório, a euforia instalou-se e os fãs não deram tréguas, a interacção começou a ser mútua e perfeita.
Depois presenteou o público presente com algumas peripécias e histórias divertidas: “Como é a primeira vez que tocamos aqui na Casa das Artes, há muitas histórias que já contei imensas vezes noutros concertos, mas aqui nunca as contei, por isso, vou contar”, nova gargalhada geral. Seguiram-se mais momentos musicais, “Não Há” foi a próxima canção escolhida, onde no final da mesma, o João presenteou o público com um brilhante solo à guitarra acústica, adoramos imenso, deliciamo-nos a ouvi-lo tocar, ele toca guitarra como ninguém, foi um momento excelente, achamos que à medida que o tempo passa se nota cada vez mais a sua evolução como músico, confessamos-vos que, não nos importavamos nada que o resto do espectáculo tivesse sido apenas a ouvi-lo tocar guitarra. Seguiram-se mais duas canções, “Sempre Hoje” e “Ninguém é de Ninguém”, o público mostrou que tinha as letras das canções todas na ponta da língua e que era afinado ao repetir na perfeição todos os sons que o João Pedro fazia.
O tempo parou quando o João Pedro surgiu em palco, num ambiente calmo e sereno, acompanhado pelo pianista Rui Almeida, para a interpretação da intemporal “Mentira”, um dos muitos momentos altos da noite, onde foi criado um ambiente romântico, numa interpretação intensa, envolvente, forte e arrepiante que deixou o público num verdadeiro delírio, acompanhando o João Pedro até ao fim da mesma. Seguiu-se "Lembra-te de mim" e depois mais um momento  de histórias antes da interpretação da música “Palco de Feras”: “Os Xutos deram a uns tempos um concerto no Campo Pequeno de comemoração dos 20 Anos do álbum “Circo de Feras”, todo o ambiente do espectáculo, as pessoas a saírem do chão, os animais, os malabaristas, me deram ideias para uma música. Mas confesso-vos uma coisa, nunca me senti tão desejoso que um espectáculo acabasse (gargalhada geral), a sério, queria ir para casa e escrever o que via e o que estava a sentir mas não tinha papel nem caneta ali. Ás 2h da madrugada liguei ao Zé Pedro: “Estou Zé Pedro, estive lá hoje. Sim, eu vi, que tinhas levantado o bilhete. Fiz uma coisa que te queria mostrar e cantei a música ao telefone, eu a cantar para um homem ao telefone (gargalhada geral), ainda gostava de perceber qual é a sensação, já jantei em casa dele e ele na minha mas nunca falamos sobre isso, nova gargalhada geral. O Zé Pedro só disse: “A única coisa que te peço, é que me deixes tocar isso contigo no disco” e gravamos a música no disco “A Palma e a Mão”. A interpretação de “Palco de Feras”, foi um momento inicialmente calmo que culminou num final eléctrico recheado de adrenalina e com um jogo de luzes brutal.

Seguiu-se o primeiro single do último álbum de originais (“A Palma e a Mão), “Um Volto Já”, que foi o momento auge do espectáculo com o João a levar o auditório ao rubro, com toda a gente de pé a aplaudir, despediu-se do público: “Muito obrigada por terem vindo, até sempre. Um Abraço”  e saiu do palco mas o público não o queria deixar ir embora e pedia insistentemente: “Só mais uma!” e o João regressou ao palco minutos depois para nos deixar uma verdadeira lição de vida: “Apesar de sermos músicos, somos pessoas e não somos objectos. Também erro e muito às vezes, até me dizem: “Porra, João Pedro, erraste nisso com a tua idade”. Ainda sou um puto”, gargalhada geral novamente. Vindas do público, ouviam-se palavras como: “És o maior”; “Viva a música portuguesa!”, palavras aplaudidas com grande ênfase, às quais o João Pedro respondeu assim: “Vocês é que são os maiores. Nunca deixem que vos subestimem, não pense aquele que pisa este palco que é melhor do que vocês, eu tenho 13 anos de carreira e não sou melhor do que vocês, ninguém é melhor do que vocês, nunca se esqueçam disso”, lições como esta foram aplaudidas de pé por toda a gente, que ficou sensibilizada e rendida ás palavras do João.
O espectáculo seguiu com mais dois grandes momentos, o João Pedro apresentou uma canção nova, mas antes dirigiu-se novamente ao público: “Esta música é nova, não ensaiamos nada, por isso Rui não te atrapalhes, gargalhada geral, será incluída num próximo álbum que saírá talvez, se tudo correr bem, em finais de 2012, inícios de 2013 (Ouviram-se muitos “Ohhhhhh” no auditório).  Vou ter muitas saudades vossas! Vá, agora desliguem tudo, não filmem isto, por favor. Está bem? (“Sim” em unissono). Está tudo desligado? (“Sim”, novamente em uníssono), dão-me a vossa palavra de honra? (“Sim” em uníssono), é que senão amanhã apareço logo no youtube”, gargalhada geral, mas gostamos bastante da música, achamos a música linda e com um ritmo excelente, ficou-nos no ouvido, irá ser um grande sucesso de certeza.
Depois, o João Pedro surgiu novamente sozinho em palco, sentou-se ao piano  para nos presentear com uma versão sua da canção do Zeca Afonso chamada “Vejam Bem”, foi outro dos grandes momentos da noite, onde o público se voltou a fazer ouvir.
O espectáculo seguiu com “Louco (por Ti)”, com o auditório todo louco por ele, foi o momento auge da noite com o João a levar o auditório ao rubro, toda a gente de pé a aplaudi-lo e depois tal como aconteceu nos espectáculos dos Coliseus, também ali o João deixou os músicos a tocar e “saltou” do palco percorrendo todo o auditório por entre o público para agradecer a presença de todas pessoas e ter um contacto ainda mais cúmplice, intimista e próximo com os seus fãs. Muita gente aproveitou a oportunidade para tocar e fotografar o João Pedro mais de perto.





O espectáculo terminou com duas grandes canções, “Paciência”, segundo palavras do João Pedro: “Esta é uma música de um grande compositor, que surgiu para o projecto “Lado a Lado” e chama-se “Paciência”, hoje em dia é preciso ter mesmo muita paciência”, gargalhada geral. E “Nada de Nada”, com todo o público de pé ao rubro a aplaudir, no final o João e a sua banda reuniram-se em palco para a última despedida e a vénia habitual ao público.

[As despedidas]

Os autógrafos só começaram 30’ depois do espectáculo terminar, o João deve ter estado a descansar (depois de um concerto tão espectacular, onde ele deu tudo, cheio de energia e adrenalina, achamos que o descanso era mais que merecido ainda que fosse por pouco tempo), mudou de roupa e deve ter estado a dar entrevistas à imprensa presente no concerto. Os fãs concentraram-se ali, numa longa fila, com máquinas na mão, papeis para o João assinar, conversavam, cantavam e tocavam algumas canções do João à guitarra, havia alguns fãs que também gostavam de música e por isso levavam a sua guitarra para o João autografar, enquanto esperavam impacientemente pela sua chegada, que tardava em acontecer, animaram o pessoal, os membros do Clube de Fãs, também ficamos por ali a conversar enquanto esperavamos, éramos para ficar para o fim mas infelizmente começou a ficar tarde e não deu para todos ficarem.
Mais uma vez, o João Pedro não desiludiu o seu público, presenteou-o com mais um grandioso espectáculo, recheado de grandes momentos e de músicas que transcendem o (nosso) tempo.
Obrigada ao João Pedro e aos seus músicos. Sempre! Por tudo o que nos dão em noites como esta.

Fotos do espectáculo da autoria de Ricardo Silva

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