Concerto em Luxemburgo [crónica]

Texto: José Luís Correia e Jessica Lobo (www.saint-paul.lu)
Foto: M. Dias

João Pedro Pais regressou ao Grão-Ducado, desta feita para um concerto, na sexta-feira, no Trifolion, em Echternach. O artista aproveitou a particularidade da sala de espectáculos – pouco "habituada" a acolher concertos de rock –, para brindar o público com um concerto mais intimista, mais envolvente e próximo dos fãs. E se estes apreciaram, melhor o demonstraram.

O artista adaptou de forma inteligente o seu espectáculo e posicionou a viola e o piano no centro do espectáculo. Durante mais de hora e meia misturou grandes sucessos como "Ninguém (é de Ninguém)", "Louco (por ti)”, "Mentira", "Um resto de tudo", "Não há", "Nada de Nada", com temas do seu mais recente álbum, "A Palma e a Mão". Álbum que demonstrou já ser um digno sucessor dos anteriores, com numerosos singles que têm merecido destacado air-play nas rádios não só portuguesas como das comunidades.

Nas novas canções nota-se uma outra maturidade – o cantor tem hoje 38 anos –, na composição e até nas letras. O cantor confia que os temas que hoje compõe são "menos ingénuos" e "mais maldosos" do que os do início da sua carreira. E dá como exemplo a balada pop-rock "Um Volto Já". Esta mereceu, aliás, a imediata aprovação por parte do público na sexta-feira – aquele que, por ventura, ainda não conhecia o tema, já que este faz parte do disco saído há dois anos. Outra das novas canções apreciadas pelos espectadores foi "Palco de Feras”, canção composta em parceria com Zé Pedro, dos Xutos&Pontapés. Um tema mais rock do que o estilo ao qual o artista nos habituou e que se quer um piscar de olhos à canção "Circo de Feras", dos Xutos. Uma música diferente do seu estilo, mas com a qual o público vibrou. Houve até quem não se contivesse e soltasse intempestivos e emotivos "Yes" a cada explosão de aplausos.

Em quase todas as suas canções, João Pedro Pais nem precisou convidar o público para o acompanhar, este fazia-o naturalmente, provando conhecer bem as canções que consagraram o artista. João Pedro Pais até se experimentou ao piano, ao que muitos dos presentes não assistiam há muito. Foi nas teclas do Steinway que revelou ao público a canção "Estados de Alma", tema que integrará o próximo álbum e que dedicou à namorada, que o acompanhou ao Luxemburgo.

Quando apresentou os músicos que o acompanharam – Rui Almeida (piano/sintetizador), Zé Moreira (bateria), Mário Peniche (baixo) e Luís Arantes (guitarras) – o cantor terminou dizendo: "E eu, sou o João!", mostrando que continua a ser uma pessoa simples e acessível, como o provou depois do concerto, submetendo-se a uma longa e demorada sessão de autógrafos. Loucura dos e das fãs, oblige!


Pela terceira vez no Luxemburgo, depois de duas incursões em 2003 e 2007, o artista elogiou e fez jus à magnífica acústica da sala onde actuou. A verdade é que apesar de recente (abriu em Abril de 2008), os responsáveis do Trifolion têm sabido aproveitar a proximidade com o centro da cidade para atrair um público numeroso e ecléctico, muito graças ao programa criterioso e selecto proposto, no qual os artistas portugueses têm merecido sempre destaque.

Comentários

Márcio disse…
Esta crónica foi gentilmente oferecida pela "Oficina da Ilusão" que recebeu em página de jornal a parte onde foi publicada esta mesma crónica.
artes_romao disse…
boa noite,td bem?
adorei esta crónica...
e saber o sucesso que o nosso Amigo João Pedro fez no luxemburgo;)
fica bem,jinhos***
Ana Ribeiro disse…
Fantastica crónica gostei imenso.

O nosso João é grande

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